“Eles não se concentram”; “Já nascem a mil à hora”; “As pilhas nunca acabam”; frases como estas fazem parte do dia a dia de muitas famílias. Na minha entraram há quatro anos com a chegada do nosso pequeno polegar. Mas afinal o que acontece com esta geração? O que acontece com estas crianças que nascem na era dos “Touch screen”?
Serão todos hiperativos? Ou estamos a enlouquecer estas crianças com tanto estímulo? Temos uma geração de meninos e meninas que falam inglês, que sabem o abecedário de cor aos 3 anos, que sabem o nome de todos os dinossauros e mais alguns, que conhecem o mundo na ponta dos dedos, mas que em termos motores, não sabem correr, não sabem saltar ao pé coxinho, não conseguem desfrutar de tempo sem fazer nada….mesmo nada!
Estas crianças são invadidas com tanta informação visual que a nossa sociedade lhes dá desde que nascem que o seu cérebro não está preparado para a gestão de tanto estímulo, por isso dizemos que estamos a deixá-los loucos, o mais natural é que a sua capacidade de concentração se disperse, para dar atenção a muita coisa, acabando por não se conseguir concentrar no mais básico.
Em termos neurológicos, todos os processos percetivos influenciam diretamente os processos cognitivos, ou seja, se não conseguirmos captar corretamente as informações do meio, não conseguiremos compreender a informação e armazená-la de forma correta. Daí ser tão importante trabalhar a capacidade de concentração.
Outro grande entrave nestas crianças da nova era, é a socialização. Os tablets não têm rosto, não interagem, não expressam emoções, não frustram.
Como ajudá-los a parar e a ficarem mais concentrados nas pequenas coisas?